Menos de 100 pessoas saíram as ruas na sexta pra defender a Casa Rosa. Os manifestantes esperavam dez mil pessoas convocadas pelo facebook. |
MANIFESTO:A FAVOR E CONTRA
Assim que no início da semana foi anunciado que o juiz teria
concedido a Liminar pela demolição, muita gente foi as redes sociais se
manifestar e não faltaram comentários dos mais diferentes, e
controvertidos.Muitos defendendo a demolição e outros tantos,
contrários,argumentando que a Prefeitura e a Câmara Municipal deveriam assumir o
“tombamento” do imóvel e garantir sua preservação.
DEMOLIÇÃO E DESCONHECIMENTO
Esses grupos das mais
diferentes culturas, formação e informação demonstraram nos manifestos,
desconhecerem as questões que envolvem tombamento, preservação de patrimônio
histórico, questões legais, direito de propriedade e afins.E não sabem que é
justamente a Prefeitura de Jundiaí quem está respondendo ao Mandado de Segurança, com pedido de LIMINAR em caráter de urgência,
impetrado pelo proprietário do imóvel ainda no início de 2013, em razão do embargo à
demolição.Através da Secretaria de Obras.
RESPONSABILIDADE :
POR QUE SÓ DA
PREFEITURA?
DEMOLIÇÃO E PRAZO
Bem que o juiz Paulo Roberto
Ferreira Sampaio, da Vara da Fazenda Pública, concedeu prazo bastante razoável para que o COMPAC- Conselho
Municipal do Patrimônio artístico e Cultural da cidade e todos os demais
defensores da Casa Rosa agissem de forma prática e apresentassem soluções viáveis em favor do imóvel, já que no
início da ação, há dois anos, ele negou a liminar pretendida pelo proprietário
dando razão à Prefeitura ao embargar , pela Secretaria de Obras, a
demolição.
DECISÃO E INÉRCIA
Só
que ninguém
fêz absolutamente nada, sequer o COMPAC que não conseguiu avançar com o
propalado pedido de tombamento.Como o direito não socorre aos que dormem, houve
por bem o juiz rever a decisão, ainda em meados do ano passado e ao sentenciar e decidir o processo, em abril de 2014, concedeu a ordem pra
demolir o imóvel. Por um lado justificando a inércia e a falta de interesse na
preservação e do outro o legítimo direito de propriedade do autor .Eis a
questão.Impportante: a Prefeitura entrou com recurso de apelação para o Tribunal contra a Sentença.
RELEVANTES
.Como o juiz recebeu o recurso da Prefeitura apenas no efeito devolutivo, houve por bem o
Ministério Público intervir e no final do ano, em dezembro,pediu que fosse atribuído, também, o efeito suspensivo. Contudo, o magistrado, manteve a decisão, isto é: apenas o devolutivo.
.O que resulta dizer no
seguinte: o ato de demolição não está suspenso e o proprietário pode sim, a qualquer momento,se assim desejar, demolir o imóvel, amparado pela decisão
judicial.Caberá agora a Prefeitura e ao MP agravar para o Tribunal,pra modificar
o efeito do recurso, ou seja: no devolutivo e suspensivo..Só que o juiz Paulo Roberto, faz observação pertinente, ou seja: que o efeito da apelação em Mandado de Ssegurança é somente devolutivo, porque o suspensivo em caso de procedência da ação, conspira contra o caráter urgente mandamental, à evidência.
. Um caso realmente
emblemático, dígno de registro que revela na melhor essência a questão do
patrimônio histórico da cidade,que precisa, sim, ser tratado com
responsabilidade e no tempo certo. Não se admite inércia,tampouco filosofar em
cima de demagogia tardia e barata.
INÉRCIA E PRAZOS
Importante: O Mandado de Segurança começou no inicio de 2013 e foi escolhido como via adequada contra a Prefeitura, porque o proprietário iniciou a demolição da Casa Rosa e a Prefeitura por intermédio da Secretaria de Obras, a embargou. A Liminar teve pedido de urgência, o juiz inicialmente NEGOU a Liminar e o COMPAC teve ciência de todo o processado. A Sentença, concedendo a LIMINAR pela demolição da Casa Rosa,foi proferida em abril de 2014, a Prefeitura recorreu; o MP interviu pedindo o acolhimento do recurso no duplo efeito e foi em novembro passado que o juiz, ao despachar, manteve a decisão de receber o recurso de apelação apenas no efeito devolutivo, o que garante ao proprietário o direito de demolir. Ou seja: o COMPAC e os defensores da CASA ROSA tiveram todo o prazo do mundo pra que viabilizassem medidas que permitissem a manutenção da Casa Rosa, desde que com propostas e recursos concretos.
PREFEITURA E PRIORIDADES
Li no jornal BOM DIA que nesta segunda-feira, o prefeito Pedro Bigardi vai se reunir com o proprietário pra tratar de um possível acordo no sentido de se manter e recuperar a Casa Rosa. Uma medida política arriscada, já que o prefeito terá que fazer uma boa proposta ao proprietário, no sentido de lhe garantir apoio financeiro e indenização pra garantir a reconstrução da Casa Rosa. O que convenhamos não fica barato.A Ponte Torta é uma prova disso, somando-se aí outros imóveis antigos que estão precisando de reforma e restauração, cobrados pela sociedade e não dinheiro pra tanto.
ERRO IMPERDOÁVEL
E não se venha dizer ou falar em incentivos fiscais do Governo Federal.Conversa fiada. O Centro das Artes, o Polytheama, Estaçãozinha da Fepasa, Museu Ferroviário, Gabinete de Leitura Rui Barbosa, entre muitos outros, estão há tempos esperando verba do Governo Federal, que não chega. Em 2015, tampouco.O Centro das Artes está fechado desde o início do Governo ( em 2013) esperando reforma que não acontece por falta de verba. De modo que a essas alturas, passar a Casa Rosa na frente pra atender a interesses de alguns, pode ser um erro imperdoável.
Os manifestantes esperavam reunir 10 mil pessoas na sexta a tarde em favor da Casa Rosa e Contra a Demolição. Menos de cem pessoas estiveram presentes.A recomendar que a maioria deve estar a favor do proprietário
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