terça-feira, 21 de abril de 2015

  NO POLYTHEAMA, COM PROTESTOS
Pai e filho no palco, pra falar da surdez universal ou como as pessoas estão deixando de se ouvir, incluindo eles mesmos e a própria produção do espetáculo.
 
“TRIBOS”,FAGUNDES
 E TOLERÂNCIA ZERO
 
Antonio Fagundes e o filho Bruno vieram a Jundiaí ontem a noite com a peça “Tribos”, que usa a deficiência auditiva  para questionar as limitações humanas e, em forma de metáfora,retrata a surdez universal, ou, mais propriamente,  como as pessoas estão deixando de se ouvir.A começar pela própria produção do espetáculo,cujos agentes Carlos Martin e Gustavo Souza,que trabalham direto com o ator, mais o Douglas Nascimento,da produção em Jundiaí, não autorizaram a entrada de um grupo de oito pessoas,que ( com ingresos na mão) chegaram à porta do teatro exatamente às 19 horas,conforme marcava o relógio colocado acima do baner que divulgava o espetáculo. Registrando que a peça começou três minutos antes das 19 horas e no grupo que ficou de fora, estavam duas pessoas de Itupeva e quatro dessas pessoas com mais de 70 anos. Uma das senhoras chegou a confidenciar que saíra da cama pra ver a peça e a outra, uma médica da Astra-Finamax, com problemas na pernas e teve dificuldades pra chegar ao teatro, visto que somente conseguiu estacionar o carro há muitos metros dalí.
Fagundes intolerante 
Essas pessoas não foram ouvidas, tampouco atendidas pela produção, no momento representada por Carlos Martin, que em tom de extrema arrogância, disse que falava em nome do ator Antonio Fagundes, o qual teria dado ordens expressas pra que ninguém entrasse após as 19 horas.”Ele é intolerante com essa coisa de horário e não admite o ingresso de ninguém após o horário marcado no ingresso”, disse o arrogante Carlos Martin.
Eu entrei no horário, vi o começo da peça mas me incomodou o fato de uma amiga ter ficado do lado de fora e fui lá intervir junto à produção em favor dela e das outras sete pessoas que se encontravam na mesma situação.Afinal, o grupo chegara aos portões do teatro as 19 horas.Mas, não teve acordo.
 
Incoerência
Tribos,é uma comedia escrita  pela inglesa Nina Raine com tradução de Rachel  Ripani e, na prática, a surdez apresentada no palco por Fagundes e seu filho aconteceu  também no lado de fora e deu o tom de incoerência ao espetáculo onde a produção não quis ouvir o lamento das pessoas que tiveram dificuldades para chegar ao teatro, em razão da falta de estacionamento.Lembrando que não houve atraso,já que as pessoas chegaram as 19horas.
 
Celulares e libras
O teatro estava lotado e logo no início do espetáculo dois fatos chamaram atenção.Primeiro, os celulares ligados e várias pessoas se comunicando no face e whatsapp, na maior falta de bom senso. O que obrigou Antonio Fagundes intervir e avisar que só daria continuidade à peça depois que os aparelhos fossem desligados. Depois,  que a presença de um tradutor em libras no palco acabou incomodando uns e outros, ao argumento de que tirou o foco da peça.O assunto foi objeto de comentários no momento bate-papo reservado por Fagundes no final do espetáculo.Ele disse que pensaria no assunto nas próximas apresentações. Ou seja: o espetáculo rendeu interpretações de toda ordem.



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