Prefeitos e vereadores da região presentes ao encontro |
O Estado que hoje existe,
evidencia os limites da democracia representativa e, efetivamente não responde
às necessidades dos novos sujeitos históricos. Anseia-se por novas formas de
vivência democrática que reconheçam o caráter pluricultural da nação. A luta
pela reforma política é a maneira de os cristãos se colocarem contra um difuso
sentimento de decepção e descrença na política institucional que paira na
sociedade. Pesquisas têm indicado uma baixa confiança da população nos poderes
instituídos da República e duvida-se da honestidade de todos os políticos,
nivelando-os por baixo.Pois bem: este é o trecho do artigo “Participação dos
Cristãos na Política”, inserido no volume 1 da coleção Pensando o Brasil,
editado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, com assinatura do
Secretário da Institutição Bispo Leonardo
Ulrich Steiner. E que, de algum modo, inspirou a Pastoral “Fé e Política”
de Jundiaí na escolha do tema “Reforma Política Urgente” para o seu 8º. Encontro
ontem de manhã na Cúria Diocesana.
Para falar sobre o assunto a Coordenação da Pastoral, com aprovação do Bispo Diocesano Dom Vicente Costa, convidou Carlos Francisco Signorelli um misto de consultor, professor de Matemática, sociólogo intimamente ligado à Igreja Católica, com trânsito fácil no eixo CNBB-Congresso Nacional, que foi Vereador por cinco mandatos em Campinas, pelo PT, além de prefeito enquanto esteve presidente da Câmara.
Sem papas na língua e
previamente se desculpando,Signorelli cutucou os políticos presentes ao encontro
( prefeitos da região incluindo o de Jundiaí Pedro Bigardi),deputado federal
Luiz Fernando Machado ( eleito Estadual); Miguel Haddad, deputado federal
eleito, vários vereadores de Jundiaí e região e foi implacável nas observações e
críticas feitas pra justificar a necessidade da reforma política
já.
Democracia participativa
Para Signorelli (foto) o atual modelo de democracia representativa já se mostra ultrapassado, principalmente com o sistema bicameral ( Câmara-Senado) que somados ao multipartidarismo (mais de 30 partidos politicos), coligações eleitorais e financiamento privado de campanhas que permite a presença de poderosas empresas. Ele criticou o fato de os partidos políticos não terem um projeto definido, abordou os altos custos das campanhas, falou das relações entre Executivo- Legislativo e que por conta disso, a reforma política precisa ser vista com urgência no país.Tal como a CNBB, Carlos Signorelli apontou que sem políticos qualificados sob todos os aspectos e comprometidos com as transformações que espera o povo brasileiro, será impossível avançar na democracia,que deve também garantir o igual acesso de vida para todos os brasileiros. Pra ele, fazer reforma política, é promover as mudanças nas regras eleitorais e mais do que isto: melhorar a representação do povo nos postos políticos. Na prática, a democracia participativa.
Projeto de reforma
Signorelli (foto) avisou que está empenhado juntamente com outros segmentos do país, incluindo a OAB, no Projeto da Reforma Política, porém não o que se encontra no Congresso Nacional mas o que a CNBB recomenda, isto é: que trata de mudanças profundas para a política do país. E conclamou os políticos presentes a conferirem as propostas no site próprio, apoiarem e assinarem.Agora, se vai ser votado no Congresso é uma outra história.
REFORMA
Eleito Deputado Federal e que a partir de 2015, deverá acompanhar as discussões em torno da reforma política, Miguel Haddad foi discreto nas suas observações sobre o assunto.”Assim que chegar em Brasília, vou me inteirar melhor sobre o desenrolar dos projetos que cuidam da reforma política”, avisou. E o debate oportuno sobre o tema, com todas as suas peculiaridades,ficou mesmo para um próximo encontro. Vamos aguardar!
Carlos Signorelli cutucou os politicos |
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